A Fundação de Saúde de Angra dos Reis (Fusar) iniciou os testes de molusticida, produto utilizado para combate a caramujos africanos, à base de metaldeído, nesta quarta-feira, 29, no bairro do Perequê, em uma propriedade particular.
Os testes serão realizados semanalmente, às quartas-feiras, durante dois meses. Segundo o diretor de Vigilância Ambiental, Leonardo de Freitas, o Perequê foi escolhido porque o índice de proliferação da espécie Achatina fulica, caramujo gigante africano, tem sido alto na região devido ao clima úmido, favorável ao molusco, que vive em área rural e devasta plantações e jardins.
– O veneno, em forma de grânulos, está sendo espalhado diretamente sobre o solo, próximo dos locais infestados por lesmas ou caramujos, manualmente ou através de aplicador de produto granulado. Nós pintamos os cascos de alguns caramujos para marcá-los, e observarmos no decorrer das semanas o comportamento dos moluscos – contou Leonardo.
O produto, que está sendo testado, é uma novidade no combate a essa praga, que foi introduzida no Brasil por criadores de escargôs. Por não ser uma espécie nativa do país, não existem predadores naturais para ela. E, por essa razão, a falta de avaliação no impacto ambiental, caso o animal fugisse do cativeiro, ocasionou a proliferação da espécie, que é perigosa para os seres humanos.
– O caramujo africano é uma ameaça à saúde pública, pois pode ser o hospedeiro intermediário do nematóide, uma espécie de verme microscópico que pode causar a angiostrongilíase meningoenfacélica, um tipo de meningite. No Brasil, nenhum caso foi registrado, mas temos que ficar atentos, pois o caramujo, gosta de hortaliças, como alface, couve e brócolis – explicou a corrdenadora de Zoonozes Luana Jordão, alertando a população, que usa sal para matar o caramujo. Segundo ela, é uma prática errada, pois a fêmea, em contato com o sal, chega a colocar 200 ovos.